domingo, 18 de abril de 2010

Transando com o Gorila


A relação entre Pai e Filho é difícil de descrever, para mim mais do que para qualquer outro, cheia de fases, têm histórias lindas que já foram escritas por alguns, outras cheias de sentimento e emoção cantada por outros, principalmente os sertanejos. Todas são capazes de fazer você chorar de emoção ou de saudades, sorrir de alegria ou de orgulho e principalmente pensar. Pensar no que deixou de fazer no tempo em que era filho e tinha seu Pai sempre por perto, pensar no tempo em que era Pai e seu filho estava sempre por perto. Das histórias que já li, lembro a contada por Carlos Heitor Cony no livro “Quase Memória”, onde descreve, entre outras coisas, a técnica desenvolvida por seu Pai de sempre dar um jeito de o ver e de estar próximo; das musicas que ouvi, quem me conhece sabe a dificuldade que tenho em segurar as lágrimas com Altemar Dutra cantando velho meu querido velho. E você, o que faz você pensar?


Como em todo relacionamento, o de Pai e Filho também é feito em fases, em todas, tudo acontece muito rápido. No início, frágil e inseguro, você ensina quase tudo, fala que o ama, que não existe sucesso sem sacrifício, para fazer a coisa certa e o corrige quando faz o errado; você agradece a Deus todos os dias a saúde que ele tem, e pede que o proteja de acidentes; ele te acha “o cara”, te ouve atento, pergunta “por quê?” e se “tá chegando?”. De repente, ele já não é mais tão frágil, muito menos inseguro, ele faz coisas de te encher de orgulho, é ele que te corrige; é ele quem fala de Deus e da bíblia; ele te acha “o chato”, não quer mais te ouvir, portanto quase nunca pergunta.


E como tudo acontece muito rápido, o desafio é saber o que é certo para cada uma das diferentes etapas. Sempre falei para meu filho que ele era meu melhor amigo. Lembro, na fase do “por quê?”, quando fui questionado porque ser amigo seria melhor, uma vez já era meu filho?. A idéia era acrescentar na nossa relação os ingredientes de uma grande amizade, tais como companheirismo, cumplicidade. Eu estava errando, meu filho tem 15 anos, completará 16 em Agosto, uma fase diferente de tudo que já passamos até então, nessa etapa, ser “O Pai” parece ser mais importante para ele do que ser “O Amigo”. Amizade é imprescindível, agora é preciso ser assertivo, mostrar a necessidade de focar nos resultados esperados e assegurar que ele está voltado para dar início à construção de um futuro. O de um dia ser Pai.


Não tem como falar de amizade e companheirismo entre Pai e Filho, sem falar da dupla “Rosinha” e seu filho o Gabriel. O Gabi, para nós, tem se revelado o melhor amigo do Rosinha, nos enchendo de orgulho e deixando uma ponta de inveja. A coragem em falar não para uma faculdade que é desejada por muitos e a firmeza como tem planejado a busca de sua própria felicidade, tem demonstrado a nova fase, deixando de ser adolescente para se transformar num homem. Surpreendente no comportamento, na cozinha, nas conversas, em casa, nos bares, e na organização dos detalhes. Parabéns e que Deus te abençoe e proteja.

Quem conhece o Rosinha sabe o grande Pai que é, assim como da constante preocupação e dedicação que tem para com os seus filhos Gabi e Gui. Mas, como tudo acontece muito rápido e entre as enxurradas de notícias, arrisco a mencionar que o próprio Rosinha, por mais organizado que seja não esperava que tudo fosse acontecer dessa forma. Temos muito que comemorar na virada do ano.

Conclusão, a nossa relação com os nossos filhos é como transar com o Gorila, ou seja, não adianta conversar, mostrar e informar, tudo acontecerá como eles quiserem. Que Deus nos proteja.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Vestindo a calcinha da namorada


Um final de semana especial. Fomos todos ao rancho do meu irmão, um lugar rico em natureza localizado ao pé da serra da Bodoquena, a beira do rio Aquidauana, a 120 km de Campo Grande – MS. A casa é cercada por árvores de várias espécies, entre elas estão as consideradas em extinção, como arueiras, angicos, ipês e os balsiminhos - apesar do nome, acreditem, também é arvore e, as frutíferas como jaqueiras, jabuticabeiras, cajueiros e mangueiras. Natural.....a mãe natureza se encarregou de fazer tudo, assim, a harmonização e o paisagismo ficou por conta da Sirlene, com suas orquídeas, e a decoração, por conta da Gislene, não chega a ser um Chiquinho, mas caprichou nas cortininhas e enfeites distribuídos por todo canto. Que lindo..., deve ser o rancho mais meigo da região.

Ainda em linha com a natureza, estão as cigarras, os grilos e os sapos, cujos cantos formam uma espécie de “sinfônica desarrumada”, onde ficamos com a impressão que cada espécie tem o seu Fred Mercury. No item alegoria estão as imensas borboletas, digo imensas, pois, uma na cor azul Royal, e do tamanho de uma “havaianas” n. 40, passeava entre as árvores enquanto o Chiquinho corria atrás da máquina fotográfica. E para completar o show tinham as araras e tucanos como “back vocal”, que durante o dia faziam vôos rasantes e a noite, davam lugar aos pernilongos. Tudo isso com o Rio Aquidauana como baixista, dando o ritmo a tudo.

Mesmo com toda a confusão musical, ao fundo é possível ouvir o trem que passa duas vezes ao dia, pela manhã e ao final da tarde, levando passageiros aos finais de semana, no trecho entre Campo Grande e Miranda, e levando cargas todos os dias no trecho entre Bauru e Corumbá. Para os mais antigos esse é o mesmo trem que compunha o “trem da morte”, que levava passageiros de Bauru até a Bolívia. Isso me fez lembrar a minha infância, quando nas férias saíamos de Campinas, Eu, meu Pai e meu Irmão mais novo, Luis, para ir visitar nossos primos em Campo Grande. Aquilo sim que eram férias, um dia conversaremos sobre esse isso.

Voltando ao rancho do Gilsão, não tem como deixar de falar do calor. Se intenso em Campo Grande e em Bonito, em Aquidauana ele chega a ser assustador, com as copas das árvores totalmente imóveis, como uma cena de filme de Hitchcock, eliminando qualquer esperança numa brisa fresca. E mesmo com a chuva, que vem todos os dias, o que se tem é uma trégua, que ao final, intensifica ainda mais a que era quente. Acredite, no inverno este mesmo cenário chega a marcar 3° C de temperatura. Tá com friozinho? Tá?!.

Além da abundância da fauna e da flora, existem outros que compõem o cenário. Como uma espécie de paródia aos Severinos e Raimundos do nordeste, em Aquidauana quase todos são Chicão, tem o do açougue o do mercadinho, o poeta que sai gritando “Valquiria” para onde anda, sem falar nos Malaquias, que acho que também é Chico, mais preferiu usar o sobrenome da família para ser diferentes. O certo é todos são como personagens do “alto da compadecida”, folclóricos, trazem consigo uma série de histórias ou lendas transformando-os em Chicó ou João Grilo – “Não sei, só sei que foi assim”.... Otimo!!!

Agora o cenário tinha novos personagens, nós. Chegamos e transformamos o rancho numa espécie de parque de diversões, sendo as crianças os protagonistas principais: meu filho de 15 anos, meu tio de 70, meu irmão de 60 e o Chiquinho de 50. A brincadeira principal era um sacanear o outro e, o Netinho no meio das crianças mais velhas, foi vítima de quase todas as brincadeiras, digo quase todas, pois, muitas sobraram para mim, mesmo estando eu acometido de ingestão excessiva de Brahma de agudos, o que resultou numa espécie de “piriri” mato-grossense. Minha ”prima” que é médica tentou aliviou minha barra culpando a água de Bonito que tem muito calcário, mas pessoalmente não me lembro de ter usado água sequer para escovar os dentes. Ao final o Netinho tava diplomado.....”fala a palavra que eu gosto de ouvir ?”....

Quanto ao título.....a idéia é lembrar que a natureza é bela, mas conviver com ela tem seus “apertos”. Ano que vem tem mais, e dessa vez o Maninho não escapará.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Não mata mais judia......


Como alguns de vocês sabem estou em férias na minha cidade natal, Campo Grande – MS. Cidade morena, das avenidas largas, da terra vermelha, dos tamanduás Bandeiras atropelados nas estradas, das araras azuis, do cerrado, da população simpática composta por Gaúchos, Paraguaios, Índios e representantes de quase todos os estados Brasileiros e do tereré consumido nas esquinas e calçadas, por adultos, velhos e crianças, sem descriminação de sexo ou classe social. Meu filho experimentou e gostou – acho que foi para escapar do calor.

A sensação de “déjà Vu” está em quase tudo, no calor quase insuportável, no reencontro com os amigos e parentes, nas histórias que nos fazem rir ou prestar atenção, mesmo sendo contadas sabe lá por quantas vezes, sem falar na culinária - costela com mandioca, que somada a quantidade de cerveja consumida, Brahma de Agudos.... Natural, causa um efeito sonífero que faz o mais forte dos homens, mesmo os pequenos rosados de Aguai - SP, adormecerem após as refeições - que inicia às 11hs e terminam quando o primeiro joga a toalha, declarando que é hora de ir. Ao final sobram apenas os feridos de barrigas cheias.

Eu estava ansioso em visitar meu tio Noé, irmão de meu Pai, dado a semelhança física entre eles. A primeira vez que o reencontrei, após o falecimento do meu Pai, o chão saiu debaixo dos meus pés e, agora, eu não sabia como me comportaria, sendo que meus filhos estariam comigo. Por isso a ansiedade.

No início me mostrei forte, apertei a mão dele com firmeza como quem busca resgatar alguém de algum lugar perigoso, mas a semelhança entre eles é tamanha que acabou sobrando pra mim.....” esse gordo forte é filho de quem”? Meu irmão teve que intervir apresentando todos nós. Legal, foi o abraço que meu filho – o Almiro Neto deu no Tio Noé, meu filho sempre me surpreende com suas atitudes de carinho e afeto, o Baixinho rosado ficou em silencio.

O sorriso, os trejeitos, a forma de contar as histórias e de tirar “sarro” das situações, tudo me faz lembrar meu Pai, mas o encontro de hoje foi especial, superada a ansiedade lembrei-me de como e quantas vezes meu Pai teve que superar e, como ele quantas vezes eu tive que superar, assim, dei um abraço de despedida, com as saudades de sobrinho, mas, certo e convicto que apesar da semelhança física meu Pai não está lá e sim no meu coração e na minha lembrança. Saudades.

Ah! Meu tio deu alguns conselhos, pra mim falou que estou grande e gordo porque puxei minha mãe, pois Almiro era pequeninho, para eu não me preocupar, para o meu filho....."isso não mata mas judia"......Netinho entendeu, encontramos a pessoa, dona do estabelecimento onde meu tio toma sua cervejinha diária, e aproveitamos para agradecer. Lembrei que meu Pai as vezes perguntava onde nós tínhamos aprendido a beber, afinal ele não bebia, hoje aprendi...foi com o tio Noé, velinho lindo e simpático que ano que vem completará 88 anos. Feliz Natal e um ano novo com muita saúde.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Viagem melhor que Sexo?


O período forçado de reflexão que tive recentemente no aeroporto de congonhas serviu para, sem nenhuma pretensão técnica, tentar entender melhor as pessoas a partir da relação tempo versus educação

Meu vôo para Salvador estava previsto para as 18h40min, assim, cheguei ao aeroporto às 18hs junto com a chuva. Entrei na sala de embarque quando anunciavam que haveria atraso nos vôos dado as condições do tempo, assim, era recomendado que não deixássemos a sala. Parei e, enquanto procurava um lugar para sentar era brutalmente empurrado por uma mulher que deveria pesar menos que a minha metade. Pensei, deve estar indo ao banheiro, afinal, acabaram de anunciar que o aeroporto estava fechado para pousos e decolagens. Na verdade, aquilo era apenas o início de tudo.

O tempo faz você conhecer as pessoas, alguém já me disse que uma maneira para você conhecer bem alguém é preciso viajar com ela. Assim, antes de se casar é recomendável viajar. Agora, não vale uma rapidinha (viagem).

Com o avançar da idade as viagens já não me deixam mais com aquele friozinho na barriga, ali estava eu, preste a embarcar para Salvador, em plena quinta feira, dia nacional do Happy Hour. Assim, mesmo mediante a adversidade eu mantinha a esperança que tudo acabasse rápido. A bruxa me falava para eu tomar um chopp ali mesmo no aeroporto, mas eu insistia que esse deveria ser em Salvador. Afinal, preferia beber algo vendo as águas do oceano às da pista de congonhas. Para o meu alento e conhecendo São Paulo, ninguém estava bebendo nada em lugar algum, exceto se tirasse algo da gaveta.

Sem alternativas as pessoas buscam se proteger, se acomodam como podem se tornam mais egoístas, assim, problemas simples tomam proporções sem iguais, e as pessoas mudam seu comportamento a medida que aumenta o escasso.

Enquanto eu discutia com a Bruxa sobre o Chopp, executivas exibindo seus terninhos pretos, vestidos tubo na altura dos joelhos, cardigãs de grife ou tailleur na versão tradicional, calçando seus scarpins de salto baixo, usavam de suas bolsas Prada, Ralph Lauren, tommy Hilfiger ou Gucci para abrir caminho na porrada com o objetivo nobre de obter um suco light.

Dado o cenário restava apenas lamentar, lamentar o fato que em muitos países aviões pousam e decolam mesmo debaixo de neve, lamentar o calor insuportável da sala de embarque, aquela que ninguém deveria deixar, e dado que o ar condicionado se mostrava insuficiente , fazia com que o cheiro de cachorro molhado tomasse o lugar dos Chanels , Bvulgaris, Mont Blanc, Dior e outros. No inicio achei um erro as portas fechadas, mas com o tempo conclui que eles estavam certos, afinal, eu mesmo quis sair correndo pela pista debaixo de chuva.

Bom, tomei meu chopp em Salvados à 01h30min, já dia seguinte, no bar do hotel, sem vista para o mar, tendo como companhia a bruxa, amiga de sempre, comendo uma porção de pimenta disfarçada de amendoim.
Feliz Natal a todos em especial para aqueles que amo do fundo do meu coração – Tudo Importante é Muito.

domingo, 22 de novembro de 2009

Eu Edificio


A rua se mostrou a base de aprendizado para muitos de nós, no meu caso, eu cresci num bairro de campinas onde as ruas ainda não eram asfaltadas. As casas eram todas iguais, e seus moradores eram casais de idosos, cujos filhos, adultos, não moravam mais com eles, e casais com filhos da minha idade.As brincadeiras aconteciam na rua, assim como as conversas, aventuras, amizades, namoros e as brigas. As casas eram apenas para se ir comer e dormir, dormir para acordar cedo e voltar para a rua. Eu morava na rua seis. Onde você morava?

Assim como eu, a rua seis cresceu, ganhou nome de gente grande - Jorge Figueiredo Correia, as chácaras deram lugar a novas casas, condomínios ou edifícios – Lembro quando construíram a sede da CPFL - Cia Paulista de Força e luz. Era o primeiro edifício com mais de um andar,

Mas, como era tradição ou maldição, quando fiquei adulto, deixei de morar com o meu Pai, fui morar numa KITNET, alugada, natural. O prédio era simples sem garagens e os moradores, solteiros ou casais de namorados. Ficava numa praça e tínhamos como vizinhos outros edifícios, diferentes no tamanho, e no tipo de moradores. Apenas famílias, três ou quatro pessoas, com um ou dois carros na garagem. No centro tinha uma Igreja e, ao lado dela, um bar. Sugestivo não?

Com o tempo fui trabalhar em São Paulo e a primeira coisa que chamou a minha atenção eram os edifícios, grandes, arranha-céus, um mix de arquitetura, do histórico, antigo ao moderno, e um mix de frequentadores. Frequentadores, pois agora não eram mais moradores, famílias davam lugar a funcionários, policiais, mendigos entre outros, e tinham bancos, lanchonetes, restaurantes, lojas de roupa, eletro eletrônico, de ferragens e presentes comuns ou informalmente importados. E para atenuar todo essa mistura, no centro havia um mosteiro, o de São Bento. O Pão caseiro era simplesmente divino.

Cada um dos edifícios que conheci trazia uma história de glamour, sucesso, tristeza, tragédia, curiosidade, orgulho, dor, sofrimento, abandono, descaso e solidão. Historia essas que se confundiam com as dos seus freqüentadores. Com o tempo aprendi que as pessoas mudam a medida que mudam de edifício mudam a forma de se vestirem e de se comportarem, ou seja, as pessoas passam a viver o edifício. E ai o sentimento de saudade se junta aos demais.

Uma bruxa me falou que, assim como aconteceu com a casa monstro, algumas pessoas se transformam no próprio edifício. E ai! Já imaginou conhecer uma pessoa - loja de departamentos, cada andar uma especialidade ou surpresa, terceiro andar!! Esporte e laser....segundo andar!! Cama, mesa e banho...show!.

Agora, mesmo que a bruxa esteja certa, tendo a imaginar que o mais importante que o tipo de edificio é saber do que são feitas suas estruturas – moral, ética, crença, etc. Afinal, já vi muito Hyatt ter seu momento de cortiço.

sábado, 14 de novembro de 2009

Que esporte você é?


Com o tempo conheci muitas pessoas, dessas, presenciei cenas, atitudes e comportamentos de diversas espécies. Algumas vezes tudo aconteceu como previsto, outras vezes.... hum!! Como eu poderia dizer? Bem!! Difícil de explicar. Alguns especialistas dizem que de louco e gênio todos temos um pouco, assim, tudo se explica. Qualquer comportamento ou atitude, mesmo que inesperada ou inadmissível, tudo é explicável.

Para fazer as pessoas pararem para pensar antes de agir, existe a religião e a policia. Ou você é temente a Deus e aos seus ensinamentos ou é temente ao Capitão Nascimento, aquele do BOPE, com os seus ensinamentos. Lembra? Estratégia...., em Grego strateegia, em latin strategi....”. E ai!!, vai dormir zero seis?

Falar sobre atitudes e comportamento me faz lembrar o meu Pai, pra mim um exemplo. Lembro como agia nas diversas situações, no dia que minha mãe morreu, nas minhas idas e vindas ao hospital, fazendo comida – doce de banana, e nos dias que ficou na UTI. Meu Pai era como um barco a vela, mas especificadamente um LASER, olhando você percebia a leveza, levado pela força do vento, ou das circunstâncias, e tudo isso sozinho. Não parece esporte, parece laser.

Conheci os que são como o “Basebol’, difícil de prestar atenção. Complicado e lento, quando atua é cada um para um lado e parece que o objetivo é jogar a bola para fora do estádio. Estranho não? Porque não fazem um estádio maior?

Tem os que parecem “vale tudo”, sem sutileza alguma bate em qualquer um. Tem como objetivo bater, mesmo quando o adversário esta no chão, e ao final, vai e dá um abraço no vencido. Para parecer que é esporte?

Quem nunca viu um formula 1? Uma combinação de homem e máquina. A qualidade do homem só é percebida se existe uma grande máquina ou equipe, há quem diga que um medíocre pode se destacar se tiver uma grande máquina. Faz “jogo de equipe” para vencer, e o mais marcante, na hora do “pit stop”....cada um faz a sua parte e pronto....levanta as mãos. Isso é equipe? Tenho dúvidas.

E o frescobol. Têm muitos por ai, é reconhecido como aquele que mesmo que receba uma bola torta ou ruim, sempre se esforça para devolver na sua mão. Conhece o parceiro, suas limitações, portanto, faz o jogo para beneficiar o parceiro, procura sempre caprichar para manter a bola no ar, quando erra pede desculpas. Mas, frescobol pode ser considerado um esporte? Afinal, não tem um vencedor, o objetivo é o companheirismo, a diversão. Bom, se não é esporte deveria ser.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Já chupou o dedo de um pé?


Confesso que vinha evitando escrever sobre o ocorrido no campus da UNIBAM – São Bernardo do Campo, contudo, as ultimas noticias e o desfecho final da ocorrência, conforme anunciado hoje (http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/11/10/ult5772u6022.jhtm), acabou me instigando a fazê-lo.

Tudo teve inicio no ultimo dia 22 de Outubro, quando uma jovem é hostilizada por dezenas de seus amigos por usar um vestido curto. Em seguida, o conselho da Universidade decidiu expulsar a aluna sob a alegação que ela vestia trajes inapropriados, o que provocou o tumulto. Nesta segunda – 09/11, a Universidade recuou na decisão, dado a repercussão na mídia – afinal Universidade também é negócio. E por fim, vice-reitor declara que haverá atenção especial para a aluna, com ambiente mais “descontraído e agradável”, uma vez que parte dos estudantes foi transferida para outro bloco.

Refletindo um pouco sobre o assunto, apesar de toda nudez das novelas, Big Brothers e outdoors, em pleno século 22, acreditem, um saia curta foi responsável por causar tumulto, com policia e tudo. Acho que isso não ocorre desde os anos 60, quando surgiu a primeira minissaia.

Tem o fato de que a indignação teve origem no campus de uma Universidade, onde se imagina que estão reunidas as mentes mais abertas, não veio de uma pessoa, mais de dezenas de pessoas. Teve quem falasse que foi coisa de São Paulino, mas, pessoalmente não acredito. Será?

Tem a “lambança” da reitoria da Universidade, que adotou a postura comum aos tempos da repressão e expulsou a aluna, mas, na sequência voltou atrás na decisão, como gostariam os Palmeirenses que fizessem alguns dos árbitros de futebol, e reintegrou a aluna, sendo que agora, “Os dezenas de Sparta” é que são removidos para outra bloco. De repente, se fez justiça segregando os afetados. Até parece coisa de presídio, onde os revoltosos, aqueles que queimaram os colchões é quem são isolados.

Por fim, temos a protagonista, muito entre nós, aquém do que pode ser considerada uma “provocação”, a não ser pelo sentido contrário. Afinal, quem não se lembra dos bons exemplos de saias curta? Tina Turner, Elba Ramalho e mais recentemente Sabrina Sato, lindas saias.....Dizem que a provocação não se deu pela saia curta, mas pelo fato das unhas dos pés estarem pintadas de vermelho.

Mediante a tudo isso, difícil entender, difícil tanto quanto chupar o dedão do pé, principalmente se este estiver pintado de vermelho.